quarta-feira, 31 de março de 2010

Cabeças Premiadas

Setsuna abriu os olhos lentamente, o sol batia em seu rosto e ela mal conseguiu enxergar por alguns segundos. Ao desviar o sol do rosto ela começou a olhar para o local onde se encontrava. O teto, as paredes e os móveis eram todos de madeira. Parecia uma cabana bem simples. Ela estava deitada em uma cama também de madeira, forrada por folhas, o que a tornava bem macia. Ela então passou a mão sobre sua barriga, havia um curativo onde ela fora atingida por Marco na batalha. Olhou ao redor, a procura de alguém, em especial Socel e Thurar, mas nada achou. Ela se sentou lentamente na cama, ainda sentindo dores em sua barriga. Quando estava quase se levantando, a porta se abriu e por ela entrou Socel segurando Thurar em seu colo e na outra mão uma sacola. Ela nunca ficou tão feliz ao ver alguém. Ignorou completamente a dor que ainda sentia e se levantou correndo em direção a eles, deu um abraço e logo em seguida um beijo em Socel que o deixou totalmente constrangido.
- Mas o que você...
- Eu achei que vocês estavam mortos.
- Por um momento eu também achei, mas agora estamos bem.
- O que você quer dizer com isso? E onde nós estamos? O que aconteceu? Você está todo machucado!
- Tenha calma. Sente-se, vou lhe contar tudo. Mas antes, coma alguma coisa.
Ele então coloca a sacola em cima da mesa, estava cheia de uma fruta verde claro com a forma de uma bola de bilhar. Ela pega algumas e os 2 sentam-se na cama.
- Pode começar. Onde estamos?
- Em uma cabana abandonada que eu encontrei na floresta. Foi o melhor lugar seguro próximo que eu encontrei.
- Seguro?
- Sim, isso mesmo.
- Mas o que aconteceu? Porque temos que nos proteger em um lugar seguro?
- Marco. Ele armou pra nós.
- Aquele desgraçado. O que foi que ele fez?
- Destruiu Galive, matou todos os habitantes da cidade e colocou a culpe em nós.
O choque foi tão grande que Setsuna deixou metade da wiscon que comia cair no chão.
- Mas isso é impossível...
- Não é não.
- Como você pode ter certeza disso tudo?
- Eu vi. Já era noite quando eu acordei. Você ainda estava desmaiada, então eu lhe peguei e voltei para Galive. Mas quando eu cheguei lá, a cidade estava toda destruida, e as pessoas mortas. Eu então fui direto para o hospital, havia algumas partes dele ainda de pé, e você precisava de curativos. Fiz o possível e consegui achar alguns remédios e curativos suficientes para você melhorar.
- E fez um bom trabalho.
- Obrigado. Fiz alguns em mim também, e decidi ficar na cidade até que você acordasse. Mas depois de 3 dias, eles chegaram.
- 3 dias? A quanto tempo eu estou dormindo? E quem são eles?
- Você ficou 5 dias desacordada. E eles, são os seus amigos cleaners. Estavam atrás de nós. Marco voltou para Preturia e inventou que nós havíamos enlouquecido e matado Carmen e Gennevieve, e que havíamos atacado ele também, e que com isso, os orcs conseguiram invadir e destruir a cidade de Galive. O governo de Preturia colocou um prêmio de 1 milhão de wyohns pela nossa captura vivos e metade mortos.
- 1 milhão de wyohns pela nossa cabeça? Eles enlouqueceram?
- Acho que sim. Como Marco é o 1° general, todos vão acreditar nele e não em nós. Ele deve ter dito que estávamos feridos e então eles mandaram 3 cleaners atrás de nós. Ele também deve ter deduzido que voltaríamos para a cidade e que procuraríamos o hospital. Então eles vieram direto para cá.
- E o que aconteceu?
- Bem, eu tentei convencer eles de que Marco havia mentido, mas eles não acreditaram e mandaram que nos rendêssemos. Quando eu falei que só sairia dali depois de morto, eles tentaram me matar e quase conseguiram. Por sorte já estava anoitecendo quando eles chegaram, foi só agüentar até a lua surgir e então eu matei os 3.
- Por isso que você está todo ferido desse jeito.
- Sim. Depois disso, eu peguei você e o Thurar e fugi para a floresta. Andei por 1 dia inteiro até que eu finalmente achei esta cabana abandonada. Eles provavelmente vão demorar pelo menos 1 semana até nos acharem, então temos que pensar em um plano logo.
- Vamos para a casa de minha irmã. Eu já havia avisado ela que iríamos para lá, antes de sermos enviados para esta missão.
- E como você espera chegar lá sem que nos achem? A noticia de nosso prêmio já deve ter corrido todas as cidades deste continente. Deve haver vários caçadores de recompensas atrás de nós.
- Não se preocupe, existe um meio seguro de chegarmos até a casa de minha irmã. E pode ter certeza de que lá ninguém irá nos achar.
- Em que cidade a sua irmã mora?
- Ela não mora em nenhuma cidade. Ela mora no topo da montanha dos demônios.
- Topo da montanha dos demônios?!? Isso é impossível.
- Se fosse, ela não moraria lá. Por isso mesmo eu disse que ninguém irá nos achar lá.
- Certo, vou confiar em você.
- Claro que vai, que outra escolha você tem?
Ela então sorri e dá um beijo nele. Ele novamente fica constrangido.
- Você poderia parar de fazer isso?
- Não. Agora acho melhor nós descansarmos, amanha será um dia difícil.
Socel se levanta e coloca Thurar em um berço improvisado com galhos e folhas e então se deita ao lado de Setsuna na cama apertada.

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