sábado, 20 de março de 2010

Missão Inesperada

Ainda era bem cedo quando Setsuna chegou ao hospital para buscar Socel. Ela havia levado roupas novas para ele.
- Tome, vista isso. Roupas de cleaner.
Ele as pegou e as ficou fitando por alguns segundos. Era toda preta, tanto a calça quanto a camisa, bem apertadas, cheia de apetrechos, cintos e fivelas, bolsos para armas de todos os tipos.
- Eu não vou usar isso.
- Ah vai sim, esqueceu que agora quem manda em você sou eu???
Ele a olhou com ódio e foi se trocar.
- Ficou ótima.
- Eu estou me sentindo desconfortável.
- Acostume-se, será sua única vestimenta a partir de agora. Vamos.
Eles seguem para fora do quarto. Por onde eles passavam, todos olhavam. Dois cleaners andando juntos, e ainda por cima com um bebê.
- Essas pessoas me dão nos nervos. Porque elas tem que ficar nos encarando tanto???
- Apesar de estarmos em Preturia, o povo daqui não gosta de nós. E olha que nós é que garantimos a segurança deles. Hipócritas.
Eles seguem e saem do hospital. Era a primeira vez que Socel via a cidade de Preturia. Parecia como qualquer outra grande cidade humana, com prédios altos e ruas asfaltadas, carros e pessoas passando apressadas.
- Como você só pode se transformar a noite, precisa de armas. Vou te levar na melhor loja da cidade.
Eles andam por cerca de 25 minutos, até a parte menos civilizada da cidade. Lá só havia prédios antigos e caindo aos pedaços, e foi justamente num que eles entraram. Desceram até o subsolo. No final da escada havia uma porta com uma placa, “Dr. Blargh, consultor de segurança”.
- Tem certeza de que é aqui???
- É claro que tenho. Esse nome é só fachada.
Eles entram. Para todos os lados que se olhava, a única coisa que se via eram armas, de todos os tipos, tamanhos e formas. De repente de trás do balcão saiu um ser baixinho e verde, de orelhas pontudas e bem narigudo, um goblin.
- Sejam bem vindos. Faz tempo que a senhorita não vem aqui.
- Sim, andei bem ocupada ultimamente. E ainda ando. Preciso de armas para o meu amigo aqui, o que você recomenda???
- Hum, um novo cleaner. Você não está velho demais para isso??? Tanto faz. Deixa-me ver.
Ele tira uma fita métrica do bolso e começa a medir todo o corpo de Socel. Até que ele guarda a fita e vai andando para além do balcão. Minutos depois ele retorna carregado. Trazia um machado que era maior do que ele, uma espada curta, 4 adagas e vários saquinhos.
- Aqui estão, são perfeitas para você. E ainda melhor, todas são de prata. Prata é bem útil para matar vários tipos de criaturas. Mas acho que você já deve ter aprendido isso. E nestes saquinhos estão 2 tipos de ervas. Uma venenosa para você passar nas lâminas, e a outra é para combater qualquer tipo de veneno, inclusive o seu, caso ocorra algum acidente, você sabe.
- Está ótimo, pegue tudo e vamos logo.
- Mas e o meu pagamento???
- Pegue com o diretor geral dos cleaners na sede do governo. Não tenho mais tempo a perder. Vamos.
Socel pega tudo e eles vão embora, enquanto o goblin os xingava.
- Achei que nenhum ser não-humano pudesse entrar na cidade.
- Sim, mas isso é só para afastar os inimigos. Seres como ele nos são bem úteis.
Ao saírem do prédio, eles são surpreendidos por um cleaner, que os esperava na rua.
- O que você quer???
- Quanta raiva, tenha mais respeito por seu superior.
- Nunca que eu irei lhe respeitar. Eu estou com pressa, então se não tem nada de importante para dizer, vamos embora.
- Tenha mais paciência. Eu vim lhe trazer isto.
Ele entrega um pergaminho enrolado. Ela o desenrola e lê.
“Setsuna Sakurazaki, deve partir imediatamente para a cidade de Galive. Um exército de Orcs está a caminho da cidade. Sua missão é exterminar todos e impedir que eles tomem a cidade.”
- Como assim??? Isso só pode ser brincadeira.
- Não é não, e tem um pro seu amigo também.
Ele entrega um outro pergaminho para Socel. Era a mesma ordem que foi dada a Setsuna.
- O que faremos agora???
- Não vamos aceitar as ordens. Eles sabem que estávamos de saída da cidade. Devem ter feito de propósito. Aquele maldito!!!
- Hahaha. Anda muito nervosa ultimamente Setsuna. Você sabe bem o que acontece com quem não cumpre as ordens. E além do que, eu estou aqui para garantir que você vá nessa missão. Recebi a mesma ordem que vocês.
- Acho que tiraram o dia para me gozarem. Eu numa missão com você??? Hahaha. Só rindo para não chorar.
- Acho que você não tem escapatória dessa vez. Vamos logo, a missão é de extrema urgência.
Mesmo com muita raiva, Setsuna concorda em irem. E eles partem para a saída da cidade.
- Ah, esqueci de perguntar seu nome.
- Eu me chamo Socel.
- Nome interessante. Eu me chamo Marco, 1° general do exército cleaner. Mas pode me chamar de Reaper. Espero que possamos nos dar bem.
Ele dá um sorriso e estende a mão, Socel a aperta e eles seguem andando. Próximo ao portão, havia um estábulo.
- Vamos a cavalo, fiquem aqui. Eu vou buscá-los.
E Marco vai em direção ao estábulo. Setsuna espera ele estar longe o suficiente para não houvi-la.
- Não confie nele. Em hipótese alguma, está entendendo?!? Ele é o pior tipo de ser que pode existir, pior do que qualquer orc.
- Eu bem que não fui com a cara dele mesmo. E não se preocupe, eu não costumo confiar nas pessoas logo assim de cara.
- Quem bom. Se bem que comigo foi diferente.
- Claro que foi diferente. Ou eu confiava em você ou eu morria.
- Hahaha, é mesmo. Mas que bom que no final das contas você preferiu confiar em mim.
Ela lhe dá um sorriso e ele retribui. Nesse instante, Marco retorna com os cavalos.
- Aqui estão. Como você pretende cavalgar com este bebê nas mãos???
- Isso é problema meu.
Ela monta em seu cavalo. Com uma das mãos ela segurou as rédeas enquanto a outra segurava o bebê.
- Viu, simples assim.
Ela sai cavalgando lentamente em direção ao portão da cidade.
- Mulheres...
E Marco também monta em seu cavalo e vai cavalgando lentamente em direção a Setsuna.
- Acho que vai ser uma missão bem interessante.
Socel monta em seu cavalo e vai em direção aos outros. Sua primeira missão como cleaner, e logo algo desse porte para eles mandarem até mesmo o seu homem mais forte. Ele estava animado. Os 3 se juntaram no portão e partiram galopando velozmente em direção a cidade de Galive.

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