quarta-feira, 10 de março de 2010

Recomeço

Socel correu por toda a vila até chegar em sua casa. Sabia que era questão de tempo até farejarem seu rastro e o seguirem. Recolheu todos os itens de valor que possuía e colocou em uma mala. Enquanto procurava por mais coisas que ele poderia levar em sua viagem, ele achou um pedaço de papel. Era uma carta de Audi. Ele guardou aquela carta por tanto tempo, mas agora não importava mais, pois ela estava morta. Ele abriu e leu a carta uma última vez.

- Querido Socel, como está indo a sua viajem??? Estou morrendo de saudades, não vejo a hora de você voltar. As coisas aqui sem você são tão monótonas. Seu irmão tenta me animar, mas só você consegue me fazer sorrir. Quando voltar, eu tenho uma surpresa pra você (risinhos). Te amo, meu melhor namorado. Beijos de sua amada, Audi.

Lágrimas mancharam a tinta no papel. Porque ele estava chorando?!? Aquilo era passado, ainda mais agora que ele a matara. Mas aqueles foram tempos tão bons, foi a única época em que ele fora feliz de verdade. Ao lado da pessoa que ele mais amava. Pessoa essa que agora lhe dera um filho. E ele teria de criá-lo. Ele se aproxima do bebê que ainda dormia e o acaricia, sua mão peluda era tão grande e aquele ser a sua frente tão frágil. Ele o pega sem mais rodeios e vai embora.

Ele corre sem parar para olhar para trás em direção a floresta. Logo amanheceria e ele voltaria a forma humana, era bem mais rápido e seguro correr enquanto ainda era um lobo. Ele se embrenha na mata fechada, torcendo para não encontrar nenhuma criatura no caminho. Após decorrido aproximadamente 1 hora ele se depara com algo que ele não queria encontrar, uma tarântula gigante estava parada bem no meio do caminho impedindo a sua passagem. Ela não era das maiores, mas seu tamanho dava uns 3 dele. Não havia tempo para voltar, ela já havia sentido a sua presença e avançava velozmente. Ele só teve tempo de tacar a mala longe e se virar de costas para proteger a trouxa em que estava seu filho. Nesse momento a tarântula cravou suas presas na altura de seus ombros, o que lhe causou uma forte dor que o fez soltar a trouxa. Ela caiu, mas mesmo assim, Thurar não acordou. Pensando que o próximo ataque poderia ser ao bebê, Socel agarra as presas cravadas em seu ombro e as puxa com toda a força, arrancando-as fora. A tarântula imediatamente recuou, foi a chance perfeita. Socel pulou em suas costas e passou os braços em volta da cabeça da tarântula, parecia que ele a estava estrangulando. Após fazer muita força enquanto a tarântula se debatia, ele consegue o que queria, arranca a cabeça da criatura fora. Ela cai e ele desce de suas costas. Ainda meio tonto pelo veneno ele pega a trouxa do bebê e sua mala e continua correndo floresta a dentro.

Amanhece, e então Socel volta a forma humana. Ele continua correndo, mas quanto mais corria, mais fraco ele ficava por conta do veneno da tarântula. Até que ele não agüenta mais e desmaia. Nesse momento, Thurar acorda e começa a chorar. Uma mulher que passava pela floresta ouve um choro de bebê e decide ir verificar o que é. Ao chegar, ela vê Socel caído e Thurar ao seu lado chorando. Ela era bem forte e coloca Socel em suas costas, pega a trouxa com o bebê e a mala e vai andando pela floresta.

Socel acorda assustado. Ele olha em volta mas não reconhece o lugar. Estava em um quarto todo branco, deitado em uma cama. Ao olhar em volta ele vê uma mulher segurando um bebê.
- Finalmente acordou. Como está se sentindo???
- Eu acho que estou bem, mas onde estou??? E quem é você???
- Você está num hospital, e fui eu quem te encontrou caído no meio da floresta e te trouxe para cá. Eu me chamo Setsuna.

Um comentário:

  1. juro que quando eu li "Eu me chamo Setsuna", só consegui imaginar o Setsuna de Angel Sanctuary segurando um bebezinho, o que por si só já é estranho! xDD
    mas okay, vou me esforçar pra imaginar uma mulher. :P

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