domingo, 9 de maio de 2010

Rumo a um Novo Continente

Thurar estava mais animado do que jamais antes esteve. Ele iria sair pela primeira vez para longe das redondezas da montanha dos demônios. No dia seguinte de tomar a decisão, eles já estavam partindo.
- Estou pronto para ir.
- Sim, vamos indo logo. A viajem é longa.
- Esperem. Eu vou com vocês.
- Não precisa pai. Pode ficar em casa.
- Não estou com um bom pressentimento. Eu quero conhecer esse lugar antes de deixar você estudar lá.
- Bem, então se você vem, vamos logo. Thurar despeça-se de sua tia.
- Até mais tia Konoka.
- Divirta-se lá Thurar. E cuidado com os vampiros a noite.
- Vampiros?
- Fiquei calmo Socel,é só uma brincadeira.
- Hahaha, pode deixar tia. Eu acabo com qualquer um que tente me atacar.
- É assim que eu gosto. Boa viagem para vocês. E tomem cuidado vocês 2 também, Setchan, Socel.
- OK. Vamos.
Eles então sobem as escadas e vão em direção a uma das torres. No topo desta torre se encontrava a “casa” de Draco, o dragonete. Eles adentraram na sala e logo Draco começou a fazer festa para eles.
- Está preparado garotão? Vamos sair.
Ele concordou com a cabeça e se abaixou para que colocassem a cela nele. Logo tudo estava pronto, eles subiram nas costas do dragonete e alçaram vôo. Conforme iam se afastando, Thurar continuava olhando para o castelo até ele sumir em meio ao nevoeiro.
- Vou sentir saudades daqui.
- Você não vai para sempre. Vai voltar para casa quando tudo terminar.
Eles seguiram voando por várias horas, até chegarem a um deserto que se perdia de vista. Eles pousaram e desceram das costas de Draco.
- A partir de agora o caminho é a pé. Draco, volte para casa.
Ele não gostou da ordem e fez uma cara de triste.
- Não se preocupe, eu vou voltar. Agora vá.
E com essas palavras, ele segue de volta para o castelo.
- Preparem-se. Vamos correndo a partir de agora. Não poderemos parar por nada.
- Porque temos que correr?
- A menos que você queira ser comido por um tubarão da areia ou por um verme do deserto, eu sugeriria que você corresse.
- Eu posso derrotá-los.
- Filho, faça o que sua mãe está dizendo. Uma coisa que eu aprendi todos esses anos é a nunca contrariá-la.
- Muito engraçado você. Agora vamos.
Eles então começam a correr. O mais rápido que podem, sem parar. Eles correm pelo resto do dia até a noite cair. Após algum tempo correndo no escuro, Thurar finalmente entende porque eles tem que correr sem parar. Ele olha para o lado e vê um verme do deserto acompanhando eles a uns 100 metros de distância. Era um ser enorme, seu comprimento deveria passar dos 30 metros e seu diâmetro deveria ser de pelo menos 5 metros. Era assustador ver um desses acompanhando você no meio da noite.
- Mãe! Pai! Tem um, acho que é um verme do deserto, seguindo a gente.
- Eu sei. Desde antes do sol se por. E são 3 no total. Espero que eles desistam de nos seguir antes de termos que parar. Por hora só continue correndo.
- Certo.
Mesmo desconfiado de que o verme pudesse atacar a qualquer momento, Thurar continua correndo sempre olhando para os lados. Eles correm até o dia amanhecer. Thurar e Socel já estavam exaustos, nunca haviam corrido tanto por tanto tempo. A única que parecia ainda ter fôlego de sobra era Setsuna.
- Vejam. Estamos chegando.
Ao longe dava para ver uma grande muralha que corria por todo o deserto até se perder de vista. Conforme foram se aproximando dela, puderam ver o seu verdadeiro tamanho. Era muito maior do que os vermes, deve ter sido construída especialmente para mantê-los afastados, deveria ter mais de 50 metros de altura.
- Agora a coisa vai ficar feia.
- Porque?
- Porque ainda temos um dos vermes nos seguindo. Vou precisar da ajuda de vocês.
- Diga o que nós devemos fazer.
- Achem alguma escada na muralha. Elas são todas de pedra igual a da muralha e ficam recuadas para dentro dela em uma fenda bem pequena, só dá para se perceber que é uma escada quando se chega bem perto dela.
- Certo. Mas o que faremos com o verme?
- Eu vou segurar ele.
- Como assim? Você não pode. Eu ajudo você.
- Não. Você e Thurar devem procurar a escada. Quando achá-la gritem que eu correrei na direção de vocês.
Obedecendo as ordens de Setsuna eles seguem para perto do muro e começam a procurar uma escada. Enquanto isso, ela para e espera o verme atacar. Não demora muito ele surge na frente dela. Ela desembainha a espada. Nesse instante o verme investe para cima dela com a sua bocarra aberta, mas ela salta para longe do ataque dele e ele entra com tudo dentro da areia e some. Ela sabe que ele ainda está ali, só esperando uma oportunidade para atacar.
Nesse momento, Thurar acha uma das escadas e começa a gritar.
- Aqui! Eu achei! Venham logo!
Socel e Setsuna então disparam em direção a ele. Socel chega primeiro já que estava mais perto. Mas antes que Setsuna pudesse alcançar a escada, o verme surge quase que em baixo dela, derrubando-a. Ele prepara para dar o bote enquanto ela ainda estava caída. Thurar e Socel correm para tentar ajudar, mas já era tarde de mais. O verme ataca e acerta em cheio, fazendo com que os 2 sumissem dentro da areia.
- Não!!!!!!!!!!
- O que vamos fazer pai?
- Eu não sei...
Os 2 sentam na areia e começam a chorar. O que eles iriam fazer sem ela? Como eles iriam sair dali sem ela?
- Eu achei que homens não choravam.
Eles tomam um susto e caem de costas na areia. Setsuna estava em pé bem na frente deles, sem nenhum arranhão.
- Mas como? Você foi engolida pelo verme.
- Sim. Mas eu fui comida viva. Então quando eu já estava dentro dele, eu simplesmente o abri de dentro pra fora. Acho que é o melhor meio de matar essas coisas.
- Nunca mais nos assuste desse jeito!
- Se eu falasse o que pretendia fazer vocês nunca iriam deixar que eu o fizesse. Agora vamos.
Eles então seguem para a escada ainda secando as lágrimas do susto. Ao chegarem no topo da muralha, eles pela primeira vez vêem o que tinha do outro lado. Uma cidade portuária. Por trás daquele imenso deserto estava escondido um oceano maior ainda.
- Nós viemos aqui pegar um barco?
- Exatamente. O colégio fica em outro continente. Só dá para se chegar lá de barco.
- Que legal! Nunca andei de barco antes!
- Vamos logo, temos que ver quando sai o próximo barco.
Eles então descem pelo outro lado da muralha e seguem em direção ao porto. A cidade era bem movimentada, com pessoas passando com caixas de diferentes produtos para todos os lados. Eles andam até avistarem uma grande placa, “Barcos para Fantate”, e vão em sua direção. Um homem estava parado em um balcão gritando com várias pessoas.
- Senhor, quando sai o próximo barco para Fantate?
- Vocês estão com sorte! Tem um que vai sair daqui a alguns minutos. É aquele dali.
Ele aponta para um grande barco de madeira. Era bem bonito, com desenhos por todo o seu casco.
- Queremos passagem para 3.
- Não se preocupem com isso agora. Andem logo e corram para o barco. Acertamos as contas quando chegarmos lá.
- Obrigado.
Eles vão até o barco e entram nele, seguido do homem do balcão, que dá o sinal para recolher a ponte e soltar as cordas. O barco zarpa em direção ao oceano aberto. Não se via nada ao horizonte a não ser o céu e o mar. Eles estavam apreciando a vista, vendo a cidade se afastar aos poucos, até ouvirem uma voz a muito esquecida por eles.
- Vejam só se não é a minha ex-companheira e desertora junto do seu cachorrinho de estimação.

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